quinta-feira, 30 de maio de 2019

Gil, Romarinho, Arana... De olho em retornos, Corinthians mantém ex-jogadores por perto
Direção e comissão técnica do Timão apostam em boa relação como trunfo em negociações
Por Bruno Cassucci — São Paulo
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foto:Daniel Augusto Jr/ Ag. Corinthians
Quando Vagner Love decidiu voltar da Turquia para o Brasil, os dirigentes do Corinthians foram uns dos primeiros a saber. O mesmo aconteceu quando Ralf deixou a China no fim de 2017 e se repetiu recentemente, quando Gil passou a cogitar o retorno para casa.
Não há coincidência nos três casos. Eles evidenciam uma política do Corinthians nos últimos anos de manter os ex-jogadores por perto e em contato frequente. Além de prezar por uma boa relação com quem marcou história no clube, a ideia é ter vantagem em relação aos adversários quando estes atletas ficam disponíveis no mercado.
Em alguns momentos, esta proximidade se torna pública, como foi no último domingo, quando Guilherme Arana, que trocou o Corinthians pelo Sevilla no fim de 2017, esteve no vestiário alvinegro após o clássico contra o São Paulo – apesar da visita, o Timão diz que não negocia com o clube espanhol desde março e que a chance de retorno do lateral-esquerdo agora é remota.
Mas é nos bastidores que a boa relação é alimentada. Romarinho, que deixou o Timão em 2014, fala com frequência com pessoas do Corinthians. Além de manter boa relação com cartolas, ele é muito ligado a Mauro da Silva, observador técnico do clube.
Espécie de padrinho de Romarinho no Corinthians, Mauro Van Basten, como o olheiro é conhecido, troca mensagens com o atacante quase todas as semanas.
A diretoria alvinegra já foi avisada que Romarinho vê com bons olhos a volta ao Brasil após cinco temporadas no Oriente Médio, mas sabe que a liberação do Al-Ittihad não é fácil – ele tem mais um ano e meio de contrato.
Essa "ponte" com os ex-jogadores deixa o Corinthians mais confiante no mercado. Recentemente, o presidente Andrés Sanchez deu entrevistas dizendo que, no Brasil, Guilherme Arana só jogaria no Timão. A mesma segurança foi demonstrada numa conversa com Alexandre Mattos, diretor de futebol do Palmeiras, quando Sanchez afirmou que poderia perder Gil para qualquer clube, menos para o rival.
Vendido pelo Corinthians ao Shandong Luneng no início 2016, o zagueiro nunca se afastou do ex-clube. Ele costuma falar com o técnico Fábio Carille e com dirigentes alvinegros e sempre que volta ao Brasil faz questão de visitar o CT Joaquim Grava. O filho dele, conhecido como Gilzinho, mora em São Paulo e é figurinha carimbada nos jogos em Itaquera. Após o título paulista, o garoto entrou no gramado e posou para fotos com jogadores.
O Corinthians se vê próximo da contratação de Gil, mas ainda aguarda a rescisão contratual do jogador com o Shandong Luneng. Ele tem vínculo até o fim da temporada, mas discute a saída já no meio do ano.
Embora tenha sido procurado por outras equipes, o defensor prioriza o Timão, que lhe ofereceu um contrato de três temporadas, com o pagamento do teto salarial do clube.
A lista de ex-corintianos que mantém contato com pessoas do clube é extensa, e muitos deles não têm previsão de retorno. São os casos, por exemplo, de Renato Augusto, Willian e Paulinho.

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