segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Nova geração de técnicos marca seu território na elite

Rogério Ceni é exemplo de dar a volta por cima, após início ruim no próprio São Paulo

por JCNET

Divulgação
Rogério Ceni novo técnico do Fortaleza
Dos 20 treinadores dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, 12 têm menos de 50 anos. Isso significa que a nova geração de técnicos conseguiu se consolidar nesta temporada. Os novos nomes são vistos com menor resistência pelos dirigentes e alguns superaram o status de apostas. Treinadores como Fábio Carille, Zé Ricardo, Rogério Ceni, Alberto Valentim, Roger Machado e Odair Hellmann deram força à tendência de valorização dos jovens profissionais.
O cenário é dinâmico e não permite comparações entre velhos e jovens. Existem treinadores jovens com dificuldades de se recolocar, como Jair Ventura, por exemplo. E também mais antigos que sofrem para voltar à ativa, como Levir Culpi. Na semana passada, Fernando Diniz, representante notório da nova geração, tornou-se o sétimo treinador demitido no Brasileirão. Aos 45 anos, foi substituído por Oswaldo de Oliveira, representante da velha guarda aos 68 anos. Por outro lado, para sair da crise e da zona de rebaixamento, o Cruzeiro foi atrás de Rogério Ceni, outro novato.
O que a edição 2019 do Brasileirão mostra é que o leque de opções se ampliou na hora que um dirigente decide preencher a vaga de treinador. "Temos técnicos já em fim de carreira, outros encaminhando sua saída e outros novos surgindo, com novas ideias, bem preparados. Importante agregar conteúdo nesta transformação, a busca pelo novo. É importante e natural esta renovação", diz Alberto Valentim, do Avaí, que sucedeu Geninho que, aos 70 anos, tornou-se o terceiro treinador mais idoso a trabalhar no Campeonato Brasileiro.
Quinto colocado no torneio, o Atlético-MG vem alternando treinadores novos e "medalhões", de acordo com expressão do presidente Sérgio Sette Câmara. A sequência recente inclui Thiago Largui, Levir Culpi e, agora, Rodrigo Santana.
"Sou favorável às oportunidades aos mais jovens. Fizemos isso recentemente. Em dois ou três anos, teremos uma safra pronta de novos treinadores", prevê o dirigente, que identificou diferenças entre as gerações. "Os nomes tidos como medalhões envelheceram, são pessoas que têm de ter nosso maior respeito, mas tudo evolui. Vem aí uma safra nova, com novas ideias e outras formas de trabalhar. Existe um hiato entre esses medalhões e a nova safra."
O presidente do Ceará, Robinson de Castro, tem visão parecida. "Independentemente da idade, o técnico precisa se qualificar. É preciso inteligência emocional e entender de tecnologia para aproveitar as informações que existem hoje e sinto que os treinadores mais jovens parecem mais adaptados a lidar com isso", diz o dirigente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário