domingo, 24 de novembro de 2019

Duas vezes Flamengo

Com virada espetacular no finalzinho em cima do River, time brasileiro conquista bi


Henry Romero/Reuters
Flamenguistas erguem cobiçado troféu 31 anos depois da primeira Libertadores do clube
Campeão da Libertadores em 1981, o Flamengo conquistou seu bicampeonato do torneio continental. De forma dramática, o time brasileiro virou sobre o River Plate nos acréscimos, com dois gols do atacante Gabriel, e venceu por 2 a 1 no Estádio Monumental de Lima, no Peru, neste sábado (23). O atacante Rafael Borré fez o gol do time argentino.
O jogo começou com protagonismo ofensivo do Flamengo, que tomou a iniciativa. O River, porém, manteve a linha de defesa sólida e resistiu à pressão. Bem na marcação e objetivo no contra-ataque, o time argentino foi traiçoeiro e marcou aos 15 minutos: Nacho Fernández cruzou rasteiro, Arão e Gerson não cortaram e Borré apareceu livre para abrir o placar.
Depois do 1 a 0, o Flamengo seguiu com mais posse de bola, mas o River manteve a solidez defensiva e passou a levar mais perigo. No segundo tempo, o Flamengo voltou com mais iniciativa, mas a partida seguiu tensa. Nos minutos finais, o time brasileiro foi para o 'abafa'.
Aos 43, Bruno Henrique achou Arrascaeta dentro da área. O uruguaio cruzou rasteiro e achou Gabriel livre. O atacante só teve o trabalho de empurrar a bola para o fundo das rede. E ele não parou por aí. Três minutos depois, após lançamento, o camisa nove levou a melhor sobre o zagueiro Pinola e soltou a bomba de pé esquerdo para virar o jogo. Gabriel ainda seria expulso em confusão no fim da partida, mas isso não impediu o título dramático do Flamengo, campeão da Libertadores 38 anos depois.
 

Gabriel diz: 'Fiz história'

Herói do Flamengo na conquista da Libertadores, Gabriel comemorou o feito e disse que "fez história pelo clube". "Primeiro quero agradecer a Deus por esse momento especial, que ficará guardado para o resto da minha vida, momento histórico para todos nós, flamenguistas, brasileiros. Quero agradecer muito minha família, ao estafe, aos jogadores, à nação que invadiu o Peru.", disse o atacante.
Ao lado de Júnior e Petkovic, ídolos do Flamengo, o Gabriel brincou que agora também fez história pelo clube. "Muito bom estar do lado de vocês, que estão na história do Flamengo, e agora estamos juntos, porque também fiz história".
 

Jesus mostra que é possível jogar bonito e ser campeão

Os quase 65 mil rubro-negros que foram ao Maracanã no dia 14 de julho não sabiam, mas estavam o início da arrancada que culminou na conquista do título da Libertadores e pode valer também o Brasileirão. Naquela manhã de domingo, o Flamengo passou por cima do Goiás com um futebol de alta intensidade e muito ofensivo, buscando o gol o tempo todo. Era a estreia de Jorge Jesus como treinador rubro-negro no maior estádio do Brasil.
Como a goleada por 6 a 1 sobre a equipe goiana deixou bem claro, o impacto de Jesus no Flamengo foi imediato. O futebol exibido contra o Goiás não era uma miragem, mas uma realidade. Obra e graça do português de 65 anos, que foi capaz de fazer algo que muita gente no País dizia ser impossível: aliar o bom futebol a excelentes resultados.
Como em um passe de mágica, o time rubro-negro se transformou em uma máquina de fazer gols e ganhar jogos de futebol. Depois de ouvir Renato Gaúcho dizer que ele só tinha três títulos na carreira e jamais havia trabalhado em um grande clube da Europa, o português deu sua resposta. "Alguém disse que tenho três (títulos). Não são três, são 14. E se ganhar mais um será o 15°", disse o ex-técnico do Benfica e do Sporting.
Para felicidade da torcida do Flamengo, o 15º foi o título da Libertadores, uma conquista suada obtida graças ao talento do melhor grupo de jogadores do País e também ao trabalho de Jorge Jesus, um português que veio ao Brasil para lembrar os pentacampeões mundiais que ser campeão jogando um futebol bonito é possível, sim.

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