domingo, 19 de maio de 2013


Em jogo nervoso e com 3 gols de pênaltis, Cruzeiro vence, mas o Atlético é campeão

A mobilização da torcida, jogadores e diretoria do Cruzeiro, ao longo da semana, acreditando que poderia reverter a vantagem do Atlético-MG, neste domingo, no Mineirão, esquentou o clássico decisivo e fez o Cruzeiro chegar perto de conseguir uma tarefa que parecia impossível. Em um jogo com três gols de pênaltis, dois para mandante e um para a equipe atleticana, a equipe celeste venceu, por 2 a 1, mas não foi suficiente para impedir a comemoração do bicampeonato alvinegro. Aproveitando a empolgação de seu torcedor, maioria no estádio, já que os adversários só tiveram acesso a 10% dos ingressos, a equipe cruzeirense chegou a  fazer 2 a 0 na etapa inicial, mas precisa de ganhar por diferença de três gols, no mínimo, já que havia sido derrotado, por 3 a 0, no Independência, há uma semana.
Os dois gols marcados por Dagoberto, em cobranças de pênaltis aos 17 min e 33 min da etapa inicial deram a esperança para que o time do técnico Marcelo Oliveira conseguisse o placar necessário para comemorar mais um título mineiro. Nos 45 primeiros minutos, o Cruzeiro dominou a maior parte, jogando na base da velocidade, sufocando o adversário, o Cruzeiro dominou a maior parte, jogando na base da velocidade, sufocando o adversário. O Atlético não conseguiu repetir o futebol envolvente, especialmente apresentado nos jogos do Independência.No segundo tempo, a história mudou.O Atlético voltou melhor, criou muitas chances de gols, que foram desperdiçadas, mas conseguiu diminuir a diferença em favor do arquirrival. O jogo mexeu com os nervos dos torcedores dos dois times, que alternaram momentos de felicidade e tristeza. No final, no entanto,  a comemoração foi alvinegra. Fábio, com os pés, aos 42 min, evitou o gol de empate atleticano, após grande jogada individual de Marcos Rocha.
A eterna rivalidade começou bem antes de a bola começar a rolar. As duas torcidas escoltaram seus times dos centros de treinamentos ao Mineirão, em animadas carreatas. Maioria no estádio, já que os atleticanos tiveram acesso somente a 10% dos ingressos, os cruzeirenses fizeram grande festa, tentando empurrar a equipe para uma vitória com pelo menos três gols de diferença. No final da partida, após expulsão do atleticano Luan, houve tumulto, com jogadores das duas equipes se desentendendo.
A equipe do Atlético-MG, por sua vez, deu um tom de ‘catimba’, ao não entrar pelo túnel central, mas pelo da esquerda, perto de sua torcida e também para evitar passar sob o ‘Raposão inflável’, por onde entrou a equipe celeste. Réver, que era dúvida, por causa de dores musculares, recuperou-se. “Não podia correr o risco de ficar fora”, observou. Já Marcelo Oliveira mandou a campo o time com Paulão no lugar do suspenso Bruno Rodrigo e Egídio na vaga de Léo, além de uma nova postura. “Temos que ter atitude, marcar forte e jogar”, comentou o treinador celeste.Como era de se esperar, o Cruzeiro iniciou o clássico pressionando muito em busca de um gol no começo da partida. Com quatro minutos, a equipe de Marcelo Oliveira já tinha cobrado dois escanteios. O time atleticano, por sua vez, iniciou a partida mais retraído, tentando contra-atacar. Aos 9 min, Borges chutou, com perigo, e Victor fez boa defesa. No lance seguinte, o Atlético-MG chegou com perigo, com Diego Tardelli servindo a Bernard, que, no entanto, chutou fraco e torto, mandando a bola para fora.
No ritmo dos cânticos e gritos dos cruzeirenses, a equipe mandante tentava acelerar o jogo, enquanto o Atlético-MG optava por acalmar a partida, sem muita correria. O Cruzeiro, que tinha mais posse de bola, se fazia presente no campo ofensivo, criando mais oportunidades de gol e procurando finalizar de longa distância. Aos 16 min, Gilberto Silva fez pênalti sobre Dagoberto, que foi convertido pelo próprio atacante, colocando o goleiro para um lado e a bola no outro.
Após o gol do Cruzeiro, o Atlético-MG saiu um pouco mais para o jogo, que ficou bem aberto, com os dois times criando chances. Aos 29 min, Diego Tardelli colocou a bola nas redes celestes, mas o lance não valeu, porque o camisa 9 alvinegro estava impedido. Os dois goleiros trabalhavam bem, sempre que exigidos. Aos 32 min, o árbitro Leandro Vuaden marcou pênalti de Richarlyson em cima de Borges, que foi novamente cobrado e convertido por Dagoberto, enlouquecendo o torcedor cruzeirense.
E a etapa inicial terminou com vitória parcial do Cruzeiro, por 2 a 0, um gol a menos do que necessita a equipe celeste para ser campeã. Nosso objetivo é tirar a diferença e ainda precisamos de mais um gol. Mas estamos vivos, afirmou Dagoberto, autor dos dois gols celestes, que comemorou o primeiro tento fazendo um coração com a mão, homenageando a família, presente ao Mineirão. Pelo lado atleticano, Diego Tardelli disse que o time tentou segurar a pressão e lamentou os dois gols em cobranças de pênaltis. “Precisamos encaixar um ataque”, resumiu o meia-atacante atleticano.
Os dois times voltaram com as mesmas formações para o segundo tempo. Ao contrário da etapa anterior, o Atlético-MG tentava tomar a iniciativa do jogo, em busca de um gol, que pudesse lhe dar maior tranquilidade. A equipe atleticana criou boas oportunidades, ora defendidas pelo goleiro Fábio, que teve sorte, aos 13 min, quando Jô acertou a trave em belo chute de fora da área. O Cruzeiro, no entanto, estava bem posicionado em campo e determinado a buscar o resultado. À medida que o tempo ia passando, a partida ficava mais nervosa, com discussões entre os jogadores, jogadas mais ríspidas dos dois lados e reclamações contra a arbitragem.
Os dois técnicos mexeram em seus times tentando conseguir os resultados necessários. Marcelo Oliveira tirou Diego Souza e Borges para as entradas de Ricardo Goulart e Anselmo Ramon, enquanto Cuca alterou a dupla de ataque, saindo Bernard e Jô, que foram substituídos por Luan e Alecsandro. Os dois titulares atleticanos demonstraram queda de rendimento físico no segundo tempo. Como um gol para qualquer lado poderia decidir o título, cautela e tensão faziam parte dos ingredientes de um clássico emocionante e aberto até o final.
A exemplo dos gols do Cruzeiro, no primeiro tempo, o Atlético-MG chegou aseu gol, em cobrança de pênalti. Aos 32 min, Egídio deu passe errado, Luan aproveitou, avançou e sofreu pênalti cometido pelo próprio lateral esquerdo. Na cobrança, Ronaldinho Gaúcho bateu e marcou para o Atlético, fazendo o seu quarto gol no Campeonato Mineiro. No final do jogo, Luan fez falta dura em Dagoberto, foi expulso direto por Vuaden. Como o atleticano demorava a sair, houve um desentendimento generalizado entre jogadores das duas equipes.
Contornado o problema, Leandro Vuaden deu pouco tempo de acréscimo e acabou o jogo. Os jogadores atleticanos, com os poucos mas entusiasmados torcedores, iniciaram a celebração do título mineiro. Ronaldinho Gaúcho, líder da equipe, foi o mais festejado e também um dos mais animados, sem camisa e com uma bandeira do Atlético, enrolada no corpo, ele conduziu os demais companheiros em espécie de trenzinho. Pelo lado celeste, a torcida do Cruzeiro reconheceu a boa atuação, com vitória, e aplaudiu os "guerreiros azuis".

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  • Marcos Desimoni/UOL


Personagens da Partida

Melhores

  • Dagoberto 
    Com muita velocidade e vontade, criou ótimas jogadas de ataque, além de ter convertido duas cobranças de pênaltis
  • Ronaldinho Gaúcho 
    Fez o gol do Atlético, em cobrança de pênalti, e foi importante pela experiência para 'esfriar' o ímpeto do rival

Piores

  • Richarlyson 
    Cometeu pênalti desnecessário em Borges, errou muitos passes e teve pouca presença ofensiva
  • Egídio 
    Estava atuando bem, mas foi decisivo para o gol atleticano, ao errar o passe e fazer pênalti em Luan

Resumo da Partida

Cruzeiro2x1Atlético-MG
Técnico: Marcelo OliveiraTécnico: Cuca
1. Fábio
Saiu2. Ceará
Entrou32. Mayke
3. Léo
86. Paulão
6. Egídio
55. Leandro Guerreiro Cartão amarelo
19. Nilton Cartão amarelo
17. Everton Ribeiro
Saiu10. Diego Souza Cartão amarelo
Entrou31. Ricardo Goulart
11. Dagoberto Gol Gol
Saiu9. Borges Cartão amarelo
Entrou99. Anselmo Ramon
1. Victor
2. Marcos Rocha
3. Gilberto Silva Cartão amarelo
4. Réver
6. Richarlyson
5. Josué
8. Leandro Donizete
10. Ronaldinho Gaúcho Gol Cartão amarelo
Saiu9. Diego Tardelli
Entrou13. Leonardo Silva
Saiu11. Bernard
Entrou17. Luan Cartão vermelho
Saiu7. Jô
Entrou18. Alecsandro

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