Por GloboEsporte.com, Mogi Mirim, SP
Waldir Peres se sentiu mal e teve um infarto por volta das 14h. Foi levado por familiares ao hospital 22 de Outubro, em Mogi Mirim, mas não resistiu e teve a morte decretada por volta de 15h30. O ex-goleiro deixa dois filhos, que moravam em São Paulo, e uma filha, que está na Malásia.
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por Rogério Micheletti e Gustavo Grohmann
Waldir Peres Arruda, o Waldir Peres, ex-goleiro da Ponte Preta, São Paulo, América do Rio, Guarani, Corinthians e Portuguesa. Nasceu em Garça, no interior de São Paulo, no dia 2 de janeiro de 1951, e começou a carreira lá mesmo em sua cidade natal, defendendo a meta do Garça FC. Foi negociado com a Ponte Preta, mas brilhou mesmo no Tricolor Paulista, onde foi campeão paulista em 75, 80 e 81 e brasileiro em 77. Morreu no dia 23 de julho de 2017, vítima de um infarto fulminante.
Pelo São Paulo, onde ficou de 1973 a 84, Waldir Peres atuou em 611 partidas, obtendo 296 vitórias, 193 empates e 122 derrotas (fonte: Almanaque do São Paulo - Alexandre da Costa.
Em 1982, Waldir Peres foi o titular da seleção brasileira na Copa da Espanha. Apesar do time de Telê Santana ser considerado um dos melhores de todos os tempos, o Brasil foi eliminado pela Itália, que tinha o artilheiro Paolo Rossi.
Na meta da seleção brasileira, o ex-goleiro atuou em 30 partidas (25 vitórias, 4 empates, 1 derrota), sofreu 20 gols e conquistou os títulos da Copa Rio Branco, da Copa Roca e da Taça do Atlântico (fonte: Seleção Brasileira 90 anos - Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf).
Desgastado no São Paulo, em 1983, Waldir Peres foi jogar no América do Rio de Janeiro e em seguida se transferiu para o Guarani, onde atuou ao lado dos novatos Neto e João Paulo.
Em 1986, ele foi jogar no Corinthians, mas ficou na reserva de Carlos. Waldir Peres só ganhou a vaga de titular na meta corintiana no ano seguinte, quando o Corinthians fez boa campanha no Paulistão e ficou com o vice-campeonato (perdeu na final para o São Paulo, que era comandado por Cilinho).
Com a camisa do Corinthians, Waldir Peres atuou em 75 partidas (29 vitórias, 28 derrotas, 18 derrotas) e sofreu 65 gols (fonte: Almanaque do Corinthians - Celso Unzelte).
Em 1988, Waldir Peres, que sempre se destacou por ser um grande pegador de pênaltis, deixou o Corinthians, negociado com a Portuguesa, e acabou abrindo portas para o surgimento de Ronaldo, que ficou como titular do gol corintiano por aproximadamente 10 anos. Ele teve rápida passagem pela Lusa e, em 1988 mesmo, foi defender o pernambucano Santa Cruz.
A "malandragem" sempre foi marca registrada de Waldir Peres na hora dos pênaltis. E ela foi essencial para o Tricolor paulista comemorar o título brasileiro de 77, no Mineirão, sobre o Atlético Mineiro. Waldir Peres não defendeu nenhum pênalti, mas tirou o equilíbrio dos batedores Toninho Cerezo, Joãozinho Paulista e Márcio.
Foi técnico de futebol, tendo assumido o comando do Grêmio Maringá-PR em 16 de maio de 2013.
Antes, no início de 2005, estava prevista a estreia de Waldir como técnico do Império, clube que disputa a primeira divisão do futebol paranaense. Mas o ex-goleiro, que além de treinador seria o diretor-técnico da equipe, se desligou do Império antes mesmo de comandar um único jogo.
O motivo foi o ocorrido na partida entre Atlético-PR e Império. Das arquibancadas, Waldir Peres intercedeu e pediu a substituição de um dos jogadores. O atual técnico do Império Celso Tadeu não gostou nada da "intromissão" de Waldir e foi tirar satisfação. A coisa esquentou e os dois quase partiram para a briga, não fossem os próprios jogadores do time para apartar. Após o ocorrido, alegando falta de organização e de estrutura do clube, Waldir desligou-se oficialmente do Império.
No começo de 2006, Valdir Peres assumiu o Uberlândia (MG), mas sua passagem pelo time mineiro foi curta: apenas três meses. Ele acabou substituído por Palmieri, ex-goleiro do Bangu, Botafogo e Botafogo de Ribeirão Preto. Tem três filhos (dois homens e uma mulher, excelente atriz, formada em Nova Iorque). Em outubro do mesmo ano, ele foi dirigir as categorias de base do Vitória (ES). O objetivo é disputar a Taça São Paulo de Futebol Juniores.
Parando Breitner:
No dia 19 de maio de 1981, Brasil e Alemanha se enfretavam em Stuttgart. Os brasileiros estavam vencendo por 2 a 1, até que Luisinho cortou um cruzamento de Rummeniegge com mão. O árbitro inglês Clive Withe marcou pênalti.
O lateral esquerdo Paul Breitner, que nunca havia perdido uma penalidade na carreira, foi para cobrança e Waldir Peres defendeu. Porém o árbitro mandou voltar, alegando que o goleiro se adiantou. Na segunda tentativa, o alemão trocou de lado e Waldir pegou mais uma vez..
O estádio Neckarstadion silenciou ao ver a cara atônita de Breitner, que acabara de perder a primeira penalidade na carreira. Segundo Milton Neves, a cara de ódio que Breitner fez, foi umas das impressionantes que ele viu.
Tentou se eleger vereador por São Paulo em 2016 mas não conseguiu, recebendo apenas 1.341 votos.